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JORGE FERRÃO, DEDICAÇÃO À ACADEMIA E À SOCIEDADE PREMIADA COM HONORIS CAUSA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

“Refiro-me aos ‘pássaros, todos os que no chão desconhecem morada’. A frase, tomo-a de empréstimo. É do moçambicano Mia Couto que, como o homenageado desta ocasião, tem laços daquela terra de paisagens deslumbrantes e povo digno. Voam sem asas e fazem morada no infinito. A iniciativa de distinguir alguém com o título de Doutor Honoris Causa é sempre eivada de esperança. Eis que reconhecemos mais uma vez o mérito, o talento de um nome que muito fez pela educação do seu país e, quiçá, do mundo, na pessoa do Professor Luís Jorge Manuel António Ferrão.” Foi assim que o Professor Doutor Natalino Salgado Filho, Reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), iniciou a sua fala na outorga do título de Doutor Honoris Causa ao Prof. Doutor Jorge Ferrão. Foi uma cerimónia carregada de solenidade numa sala igualmente solene, no Palácio Cristo Reis, na cidade de São Luís, Maranhão, na sexta-feira, 29 de Setembro. Visivelmente emocionado, depois de receber tão prestigiado título, o Prof. Doutor Jorge Ferrão, deu uma aula com o tema: “A educação para o futuro precisa de uma universidade engajada pelo futuro”. Antes de entrar no tema da aula, Ferrão começou por lembrar um provérbio africano que diz: “A luz com que vês os outros é a luz com que os outros te vêem a ti”. Ferrão continuou dizendo: “desde que me foi comunicado que receberia o título Honorífico de Doutor Honoris Causa, pela UFMA, tenho estado a meditar nesta frase, e me sinto profundamente lisonjeado por ser visto, num dia tão importante, (29 de Setembro, data de nascimento do presidente Samora Machel, que se fosse vivo, completaria 90 anos), com a mesma apreciação com a qual eu vejo a vossa universidade; (…) na verdade, o mais destinto é aquele que distingue”.Entrando na aula, Ferrão disse que o mundo está perante três grandes injustiças: a ambiental, a material (em particular a alimentar e habitacional) e a digital. Olhando para o futuro, Ferrão vislumbra desafios, em três ângulos: primeiro, uma educação ambiental; segundo, uma educação cidadã; terceiro, uma educação digital inclusiva. O professor Ferrão fez uma incursão sobre estes três desafios para depois, em jeito de finalização referir que estamos perante uma era em que se deve apostar em universidades com uma educação mais humana, inclusiva e equitativa, que coloca a ciência e a tecnologia ao serviço da humanidade e que esteja, fundamentalmente, focada na sobrevivência do homem e do seu meio envolvente. Com efeito, as universidades estão melhor colocadas para transformar os três problemas apresentados em oportunidades para todos.No final a habitual foto de família contou com a presença de alguns directores de faculdades da UPMaputo, que em Maranhão participaram no encontro Brasil - Moçambique.

 

Graça Machel, uma lição de vida sobre fome e desnutrição crónica

Graça Machel

No dia dia mundial da alimentação,16 de Outubro de 2020, a Universidade Pedagógica de Maputo organizou uma palestra com o tema: A Fome e Desnutrição na Agenda Comunitária e do Estado: Possibilidades e Condições, proferida pela activista social e mentora da criação do Instituto Superior Pedagógico, mais tarde Universidade Pedagógica, presente em todo o País e, agora, Universidade Pedagógica de Maputo (UPMaputo).
Graça Machel destacou a missão da UPMaputo no processo de formação de diferentes profissionais ao longo dos 35 anos que se completam no próximo dia 4 de Dezembro. Não obstante, mostrou-se desagradada pela divisão da UP,  pois, segundo disse, a Universidade Pedagógica, constituía uma âncora de toda a sociedade na partilha de valores sociais susceptíveis de combater a pobreza, fome, insegurança alimentar e desnutrição crónica que se observa actualmente em todo Moçambique.
Para minorar o problema de alimentação no país, a activista social propõe que se sejam resolvidos problemas estruturais através de uma educação comunitária que mostre a relevância da agricultura familiar, como criação de canteiros nas residências para que as comunidades consigam se abastecer internamente e, consequentemente, ter uma diversidade de alimentação saudável. Segundo Mamã Graça, o problema de desnutrição crónica em Moçambique está relacionado com a privação de alimentação, onde a maioria da população moçambicana não tem acesso a uma alimentação diária condigna.  Na visão da activista social, o problema de desnutrição córnica nos moçambicanos não é apenas material, ela é multidimensional, pois amputa a capacidade de raciocínio lógico, coerente e pontual das crianças que crescem num ambiente de falta de alimentação nutritiva.
A palestrante referiu que Moçambique é um país em que  metade das crianças vive na situação de extrema pobreza e dificilmente conseguirão desenvolver na plenitude as suas capacidades mentais que intervenham tecnicamente para resolução de problemas crónicos de fome.
foi, sem dúvidas uma Lição de como intervir para eliminar a desnutrição crónica,  através da produção alimentar, insentivando e criando condições para que os sofrem de fome produzam os alimentos de que necessitam para matar a sua propria fome. As soluções não podem vir de cima, tem de vir de baixo, disse Graça Machel, numa referência crítica ao programas centrais. Não temos uma planificação que tenha em conta onde estão as pessoas que precisam de assistência alimentar. Não sairemos da desnutrição crônica enquanto não tivermos estes sensos. Os cerca de 8 milhões dos membros dos agregados moçambicanos devem produzir comida para eles próprios. Os agronegócios não resolvem o problema da insegurança alimentar por si. É necessário resolver a desnutrição crônica com soluções internas no seio familiar. Planificar como deve ser. Foi sem dúvida,  uma grande lição dada por uma mulher que do alto dos seus 75 anos de vida, sabe o que diz.
Por vez, Jorge Ferrão, Reitor da UPMaputo, numa intervenção de circunstância, disse que a Universidade Pedagógica de Maputo associou-se a comemoração do dia mundial da alimentação porque a nossa universidade se identifica muito com a causa da alimentação. A Faculdade de Engenharias e Tecnologia intervém no combate a desnutrição crónica através da formação de técnicos qualificados para responder aos desafios do mercado. Jorge Ferrão,  apriveitou o ensejo para felicitar Graça Machel pela sua recente nomeação para membro honorífico da Academia Africana de Ciências, um prestigiado e honroso título, que muito nos dignifica como moçambicanos.

Texto; Elisio Manjate. Fotos; Cebola

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