Notícias

O Embaixador da Alemanha visita a UP-Maputo

A República Federal da Alemanha possui uma parceria histórica com Moçambique, em diferentes áreas e principalmente na formação de quadros. No âmbito desta cooperação, o Embaixador deste país amigo, Mr Ronald Münch, visitou na manhã desta terça-feira (15) a Universidade Pedagógica de Maputo (UPMaputo). Na ocasião, o Embaixador germánico, acompanhado pela Primeira Secretária para Assistência Humanitária, Cultura e Imprensa, Jana Lombard, reuniu-se com o Professor Jorge Ferrão, Reitor da UPMaputo, com o Professor José Castiano, Vice-Reitor, e antigos estudantes na Alemanha actualmente docentes e decanos da UPMaputo.


Munch, mostrou-se impressionado nesta que é a sua primeira visita à UPMaputo, e ressaltou a grande importância da relação e do trabalho em equipa realizado por estes dois países, uma vez que possuem uma longa história, expressou ainda o interesse em continuar a cooperar com a UPMaputo. Munch, igualmente, trouxe na conversa, questões de reflexão ligadas a continuidade do ensino da língua alemã; o incentivo do trabalho com os antigos estudantes na Alemanha (Alumni) no desenvolvimento de pesquisas.


Por seu turno, Jorge Ferrão manifestou profunda gratidão à Alemanha pelo apoio na formação de quadros ao longo dos anos, acrescentado que “temos muito orgulho, por ter colegas formados na Alemanha”. reiterando assim a continuidade desta parceria através das actividades realizadas a cada dia, no ensino da língua alemã assim como, fazendo de tudo para que a relação cresça com a diversificação dos projectos.
De referir que a UPMaputo conta com um leitor da língua alemã, que coordena o curso de ensino de língua e cultura alemã.


Por: Taualia Neuara e Daniel Bila (fotos)


GCI - UPM

Embaixador Alemnha - UPMaputoEmbaixador Aleanha UP-MaputoEmbaixador Aleanha UP-MaputoEmbaixador Aleanha UP-MaputoEmbaixador Aleanha UP-Maputo

Cônsul de Torino Projecta Cooperação com UP-Maputo

O Cônsul honorário de Torino-Itália, Dr. Guido Massuco manteve encontro com o Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), Professor Ferrão, na manhã desta quarta-feira (9), com o propósito de estabelecer contacto para a assinatura de um acordo de cooperação entre a Universidade de Torino e a UP-Maputo, nas áreas de economia e comércio, e na criação de cursos ligados ao Business Scholl.


Na ocasião, Ferrão afirmou não haver muitos projectos com a Itália, embora perspectiva-se uma conversa com o Embaixador sobre a posição da Itália em relação ao apoio as instituições de ensino superior Moçambicanas, assim como a geração de cursos de curta duração para o sector privado, no entanto, Ferrão mostrou abertura para o estabelecimento de um acordo de cooperação.


Por seu turno, Massuco referiu que já estão sendo mantidos contactos para a materialização do acordo, entretanto, apelou a celeridade do processo para a concretização da parceria, uma vez que as universidades são autónomas.


Participaram do encontro: a Directora do Gabinete de Cooperação, Director do Gabinete Jurídico e Director da Direcção de Finanças da UP-Maputo.
A Universidade Torino é uma das mais antigas na Europa, e a maior na Itália com cursos ligados a engenharia, economia e comércio.


Por: Taualia Neuara e Daniel Bila

GCI/UP-MAPUTO

 

Consul Torino - UP-MaputoConsul Torino - UP-MaputoConsul Torino - UP-MaputoConsul Torino - UP-Maputo

BCI e UP-Maputo renovam parceria

BCI - UP-Maputo

O BCI e a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) assinaram, na Terça-feira (8), um acordo de parceria e cooperação através do qual são reforçados os laços existentes entre as duas instituições.

A cerimónia decorreu nas instalações da universidade e contou com a presença do Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Francisco Costa; do Reitor da UP-Maputo, Jorge Ferrão, das jogadoras da equipa de voleibol da universidade, entre outros membros das duas instituições.

O protocolo firmado estabelece os termos de apoio do BCI ao desporto de alta competição desenvolvido na UP-Maputo. No âmbito do acordo, o BCI passa a apoiar as equipas de futebol, voleibol, basquetebol e atletismo da Universidade Pedagógica, na aquisição de material e equipamento desportivo.

Intervindo, o PCE do BCI, Francisco Costa, reiterou o compromisso do Banco em apoiar iniciativas que agregam valor e que produzem resultados concretos. “Sabemos que a UP-Maputo possui equipas ganhadoras, e isso representa motivo de orgulho e prestígio para todos nós. O desporto, além de ser uma ferramenta de inclusão e formação, promove uma vida saudável, resiliência e capacidade de superação”, disse.

Na mesma ocasião, Francisco Costa instou os atletas a aproveitarem a fase académica em que se encontram para se dedicarem ao desporto com empenho e determinação, com vista ao alcance de muitos mais e bons resultados.

O Reitor da UP Maputo, Jorge Ferrão, agradeceu, por seu turno, a contínua confiança do BCI, tendo referido a abertura para futuras colaborações no âmbito da formação do capital humano, incluindo a possibilidade de estágios para estudantes finalistas e capacitação de quadros do banco na universidade.

Num outro desenvolvimento, Jorge Ferrão enalteceu os valores que norteiam o BCI e que fazem desta instituição um banco de referência em Moçambique. Apelou, de igual modo, aos atletas para valorizarem o apoio recebido e se dedicarem ao desenvolvimento do desporto, como contributo para o crescimento do país.

O apoio do BCI ao desporto enquadra-se na sua política de responsabilidade social, que abrange, entre outras, a área alimentar, a saúde, a educação, sendo esta última a base do protocolo firmado com a UP-Maputo.

https://redactormz.com/redactor-redactormz-mocambique-sojornal-sociedade-bci-up-parceria/

Featured

Paulina Chiziane Narra História da Rainha Achivangela na UP-Maputo

Celebrando a Mulher Moçambicana
 
No âmbito das comemorações do dia da Mulher Moçambicana que se assinala no próximo dia 07 de Abril, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) realizou na quarta-feira (2), no campus de Lhanguene, uma palestra orientada pela Escritora e Professora Honoris Causa Paulina Chiziane, subordinada ao tema: “Educação da Mulher em Moçambique: Ontem, Hoje e Amanhã”, tendo a oradora centrado a sua apresentação na história da Rainha Achivangela da província de Niassa.
 
Chiziane, na sua simplicidade narrou a história pouco conhecida da Rainha Achivangela, através de uma representação artística mista, contemplando dança, música, poesia e teatro. Destacou na sua apresentação, o papel desempenhado pela Rainha, nas batalhas, na resistência à escravatura e na preservação da vida humana no passado. Na plateia foi possível acompanhar o depoimento de uma funcionária da UP-Maputo que viveu em Niassa por vinte anos, que acrescentou que a rainha conseguiu conquistar o seu lugar, uma vez que inicialmente foi escrava e líder religiosa.
 
Para Chiziane, com os 50 anos de Independência o país precisa de ganhar algum “juízo”, e tem de ser através das mulheres que são mães, académicas, professoras, entre outras profissões, e referiu ainda que a história de Moçambique não está completamente escrita, todavia, existem histórias extraordinárias no país, onde as mulheres encontram-se em todas as áreas.
 
“Gostaria que voltássemos ao cruzamento dos caminhos para saber aonde é que nos perdemos, pois o que pensamos que estamos a projectar hoje, já foi projectado há muito tempo, antigamente as mulheres eram rainhas, governadoras, militares, médicas, líderes religiosas, humanistas, produtoras agrícolas, é necessário averiguar aonde nos perdemos”, enfatizou Chiziane.
 
A escritora concluiu dizendo que a mulher tem que fazer parte de todas as esferas do conhecimento, e para isso, regressar as origens, contudo, para haver desenvolvimento tem que haver ciência e cultura, não se pode fazer um desenvolvimento isolado.
 
O evento que decorreu no Anfiteatro Paulus Gerdes teve uma plateia maioritariamente feminina, mas, deixou de contar com a presença do Reitor da UP-Maputo, Professor Jorge Ferrão, Vice-Reitor Académico, Professor José Castiano, Directores de Faculdade e Unidades Orgânicas. Ferrão enalteceu o papel fulcral da mulher na educação e desenvolvimento socioeconómico, reafirmando que Paulina Chiziane nos recorda que vivemos numa sociedade de muita raiva e sempre com muita agressividade e de forma muito crispada o tempo todo, portanto, a nossa reconciliação tem que passar por cima de todos os serrotes que existem para que haja reconciliação, que é o maior pedido de Chiziane o tempo inteiro.
 
A celebração do dia da Mulher Moçambicana na UP-Maputo foi um espaço para actividades ligadas à feira de saúde e gastronómica, momento recreativo que contou com actuações do grupo coral da UP-Maputo.
 
Por: Taualia Neuara e Daniel Bila (fotos)
 
GCI/UPM
 
Paulina Chiziane - UP-MaputoPaulina Chiziane - UP-MaputoPaulina Chiziane - UP-MaputoPaulina Chiziane - UP-MaputoPaulina Chiziane - UP-MaputoPaulina Chiziane - UP-Maputo

UP-Maputo Celebra 40 Anos de Maturidade e Transformação

Em um dia de emoção e celebração, 27 de Março de 2025, a Universidade Pedagógica de Maputo (UPMaputo) junta na Sala dos Grandes Actos a nata académica, no activo e aposentada, para o lançamento dos 40 anos da história áurea da academia moçambicana no período pós-independência. Discursos e testemunhos emocionantes marcaram a efeméride que destacou origem, actualidade e perspectiva da instituição para enfrentar desafios futuros.
 
O evento que contou com a presença do Secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, Professor Edson Macácua, em representação do Ministério da Educação e Cultura, reitores e vice-reitores das universidades públicas, antigo reitor da UP, Professor Rogério Uthui, corpo docente e administrativo, estudantes, e outros convidados.
 
Para o Secretário de Estado é emocionante regressar à casa onde entrou em contacto com a cultura e ciência, e voltar a rever antigos estudantes, docentes, e CTA, que evoluíram nas suas carreiras académicas. “Um dos marcos da UPMaputo é o lado humanístico, investir nas pessoas, transformar o capital humano, não apenas uma afirmação abstracta, mas concretizá-la em pessoas que asseguram o prestígio institucional”.
 
Na UPMaputo a unidade e coesão nacionais saíram de mero discurso político para prática, a universidade é em si uma expressão nacional, é a pioneira na expansão territorial do ensino superior no país e a contribuir na redução das assimetrias de acesso ao ensino superior, fazendo o inverso da época, ir ao encontro do estudante no distrito.
 
De acordo com o Professor Macuácua, em cada instituição moçambicana é possível encontrar um antigo estudante da UPMaputo, “esta universidade é histórica, orgulho nacional, uma referência pelo seu prestígio conquistado e pela sua afirmação académica, como resultado da entrega abnegada de várias lideranças e várias gerações de, docentes, estudantes, e CTA”.
 
“A UPMaputo é universal, aberta para sociedade, a história dos quarenta anos desta casa, funde-se e confunde-se com a história dos cinquenta anos de Moçambique independente. A universidade quando foi criada funcionava com professores estrangeiros, hoje é uma universidade 100% moçambicana e nacional, uma universidade criada por moçambicanos, de moçambicanos para moçambicanos”, vincou o Professor Macuácua.
 
O governante exortou a universidade para fazer das comemorações dos quarenta anos da UPMaputo reflexos dos sucessos dos cinquenta anos de Moçambique. “Este é um ano especial, pois o governo se propõe a fazer uma reflexão sobre o papel do ensino superior no país, que culminará com o plano estratégico do ensino superior para o decénio 2025-2035, um processo que se queira participativo e inclusivo envolvendo toda a sociedade”.
 
Dirigindo-se aos presentes, o reitor da UPMaputo, Professor Jorge Ferrão, indicou haver necessidade de se pensar no legado, contemporaneidade, e o futuro da universidade que foi a primeira no país. “Continuamos a nos comprometer com a educação, inovação, e com o desenvolvimento da academia, da ciência e da técnica. “A nossa matriz educacional teve génese na Faculdade de Educação e Psicologia, orgulhamo-nos de termos contribuído para o desenvolvimento do país, ética patriótica e rigor, constituem a base desta universidade, o ensino de qualidade”.
 
“Quarenta anos depois, a nossa universidade é chamada a regressar à inovação. Ao longo dos anos a universidade também se esmerou na matriz cultural e desportiva, importantes obras literárias, pesquisa, mas sobretudo o desporto feminino. Assim, o futuro da universidade será promissor se assumirmos e superarmos os obstáculos que se apresentam”, referiu o reitor.
 
Na ocasião foram agraciados os professores e funcionários aposentados que deram o seu suor na edificação da UPMaputo, a primeira universidade a ser criada pelo Estado moçambicano no período pós-independência, com a incumbência de pôr em prática a visão ideológica e estratégica de desenvolvimento da educação, do homem e da sociedade moçambicana, assegurar a unidade e a coesão nacionais. (X)
 
Por: GCI - UPMaputo
 

Conselho da Faculdade de Linguagem, Comunicação e Artes da UP-Maputo Toma Posse

O conselho da Faculdade de Linguagem, Comunicação e Artes (FCLCA) é o órgão máximo de tomada de decisão em diferentes níveis, com a cessão dos anteriores membros, realizou-se no ano passado, o processo de eleição dos novos integrantes deste conselho, tendo sido investidos na manhã desta quarta-feira (26), no Centro de línguas da FCLCA.
 
A Cerimónia de tomada de posse dos membros eleitos foi dirigida pelo Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), Professor Jorge Ferrão. Na ocasião o Director da FCLCA, Professor Paulino Fumo disse que, espera-se deste órgão a supervisão e monitoria das actividades, a apresentação de relatórios em diferentes níveis, bem como a tomada de decisão ligadas a gestão da faculdade.
 
O evento marca o início das actividades, sendo que a primeira sessão ordinária com a nova estrutura realizou-se no mesmo dia, tendo como pontos de destaque a eleição do Secretário do Conselho, e de duas personalidades da sociedade civil para compor o elenco.
 
Tomaram posse como membros do Conselho da Faculdade, os Professores Paulino Fumo (Director da Faculdade); Albino Chavale (Director-Adjunto para a Pesquisa e Pós-graduação); Tomásia Nhazilo (Directora-Adjunta para a Graduação); Carla Maciel (Representante dos Professores); Dra. Luísa Almeida (Representante de Assistentes); Maura de Oliveira (Representante de Assistentes); Em representação do Corpo Técnico Administrativo, Alex Mathe; A Coordenadora do Núcleo de Estudantes da Faculdade Zuleica Chambul e; Gilberto Nhabinde (Estudante de Pós-graduação).
 
Por: Taualia Neuara e Daniel Bila (fotos)
 
GCI/UP-MAPUTO
 
Conselho FCLCAConselho FCLCA UP-MaputoConselho FCLCA UP-MaputoConselho FCLCA UP-MaputoConselho FCLCA UP-MaputoConselho FCLCA UP-Maputo

Precisamos de uma UP-Maputo que não só valoriza, mas também cultiva discordância

Defendeu Professor Catedrático Macamo em aula inaugural
 
 
Quinta-feira, 20 de Março de 2025, uma data que ficará cravada na retina e na memória da comunidade universitária da Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) pela realização da oração de sapiência proferida pelo Professor Catedrático Elísio Macamo, que marca o início do ano académico 2025. Dois anfiteatros foram necessários para albergar docentes, estudantes, e outros interessados que se juntaram no Campus Universitário de Lhanguene para ouvir o Professor Catedrático Macamo que viajara da Universidade de Basileia para proferir a aula inaugural intitulada, ‘‘Aprender (e ensinar) a discordar – o papel crítico do Ensino Superior em Moçambique’’.
 
Para o académico Macamo, quem discorda tem que estar de acordo com algo, em contexto democrático não é fazer apenas o que está escrito na constituição, é olhar no espírito e na letra, o princípio de que nenhum fim justifica os meios, sobretudo quando esses meios significam violar os direitos dos outros, e defender não apenas os nossos simpatizantes, mas também dos seus semelhantes.
 
‘‘Nós só podemos discutir a melhor versão do assunto se estivermos inseridos nele. Ouvir e entender o que foi dito, ter uma resposta a uma pergunta que foi dita; o que preciso de saber, mas não sei, para resolver o que esta pessoa acaba de me dizer?’’, questionou o Catedrático Macamo.
 
De acordo com o orador, na esfera pública moçambicana não se tem feito estas questões porque existem filtros que depuram o que se precisa dizer. ‘‘O filtro da convicção política, tudo o que oiço tem que passar da minha concordância sobre a minha convicção política, se alguém fala e não estando na minha bandeira política o seu posicionamento não faz sentido, isso faz para de maldade e de interesses inconfessos’’, referiu.
 
Durante a aula, o Professor da Basileia manifestou a sua inquietude pela falta de debate público sobre assuntos candentes do país, ‘‘nas redes sociais fala-se muito, mas sem debate, cada um está inserido num mundo próprio, só ouve a opinião dos que pensam como ele’’, disse Macamo para depois acrescentar que, ‘‘há falta de cultura de debate frutuosos, debatemos opiniões, algumas mais válidas que as outras. Se eu debato para ter razão, investirei mais tempo para ignorar tudo, procurar conforto para as minhas convicções, e fazendo isso não contribuirei para esclarecer uma questão’’.
 
Na conversa que durou cerca de uma hora, o Professor Macamo defendeu que ser cidadão é saber discordar e concordar, é ter consciência do que a gente não sabe, mas precisa de saber o que outros não sabem. ‘‘As universidades são chamadas a cultivar a cidadania crítica, quando uma universidade completa 40 anos ela não envelhece, aumenta o seu valor, significa, ensinar e aprender a discordar. Uma universidade ensina para além de saber fazer, ensina o saber como, e isto envolve toda a infraestrutura do conhecimento’’, justificou.
 
Ainda de acordo com o palestrante, no campo da inteligência e imaginação, ninguém é um não inteligente, inteligência é a capacidade de aprender, enquanto, imaginação é a capacidade de aplicar o que eu sei e, expandir os meus horizontes naquilo que não sei. ‘‘A imaginação é superior à inteligência, em Moçambique há muita gente inteligente, mas muitas vezes o conhecimento científico dessas pessoas não se faz sentir por falta de imaginação, a capacidade de descobrir novas coisas. A inteligência asfixia, enquanto a imaginação liberta’’.
 
O Professor Macamo recomendou à universidade a necessidade de resgatar o conhecimento, ‘‘precisamos de uma UP-Maputo que não só valoriza, mas que também cultiva a discordância, só assim é que o país pode avançar, com o sentido crítico dos seus cidadãos. Quem discorda não quer mostrar que sabe tudo, quem discorda tem sede de conhecimento, quer saber o que não sabe’’, concluiu.
 
Por sua vez, o reitor da UP-Maputo, Professor Jorge Ferrão falou da transformação e maturidade desta primeira instituição do ensino superior criada no período pós-independência, tendo enfatizado que a universidade jamais se esquecerá de quem terá a ajudado para o seu surgimento e crescimento, primeiro grupo de estudantes, de professores, em particular aos que vão para aposentadoria.
 
Num ano em que a universidade celebra 40 anos de sua existência, a instituição espera receber cerca de 72 estudantes para mestrado no regime laboral, cursos que anteriormente eram feitos no pós-laboral. ‘‘Somos uma universidade resiliente que aprendeu a se inovar, temos que nos ajustar à forma de pensar dos mais jovens, e saber que UP-Maputo se pretende no país e no mundo.’’(X)
 
Por: GCI – UP-Maputo

Bento Rupia Fala de Mecanismo de Exclusão na Prática Desportiva em Países Periféricos: Um Olhar Sociológico sobre Moçambique

O sociólogo moçambicano, professor da Universidade Pedagógica de Maputo, falava na Mesa de Abertura do XX Congresso De Ciências Do Desporto E Educação Física Dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre na Universidade Estatual de Campinas, São Paulo, Brasil de 19 a 21 de Março.


Rupia apresentou uma reflexão sociológica sobre como o desporto, longe de ser um espaço neutro e acessível à todos, reflete e reforça desigualdades sociais e econômicas nos países periféricos, com foco na realidade moçambicana. Inspirado nas contribuições teóricas de Pierre Bourdieu e Norbert Elias, Rupia analisou como as modalidades desportivas se organizam dentro de um campo de disputas sociais, onde a classe, o capital econômico e o capital cultural determinam o acesso e a permanência dos indivíduos no mundo do desporto.


Desporto: Um Campo de Exclusão?


Embora seja amplamente promovido como uma ferramenta de inclusão social, o desporto em Moçambique carrega um histórico de desigualdade e elitização. Algumas modalidades, como golfe, ténis e natação, permanecem acessíveis apenas às elites urbanas, enquanto esportes populares como futebol e atletismo são praticados de forma precária, muitas vezes sem infraestrutura adequada e com escassos incentivos públicos.
Na sua fala, Bento Rupia teve como Pontos-chave da apresentação:

  • Reprodução das Desigualdades: O desporto não escapa às lógicas de exclusão social e de classe; ao contrário, muitas vezes as reforça.
  • Legado Colonial: A estrutura desportiva herdada do período colonial ainda influencia a organização e o financiamento das modalidades em Moçambique.
  • Violência Simbólica: Há uma naturalização da exclusão, onde determinados esportes são socialmente “invisibilizados” para certas camadas da população.
  • Falta de Políticas Públicas Inclusivas: O papel contraditorio do Estado e a ausência de investimentos estruturais e programas de democratização impede a ampliação do acesso.
  • O Papel da CPLP: Como os países de língua portuguesa podem atuar na promoção de políticas desportivas mais equitativas?


E agora? O que podemos fazer? Rupia responde;
É fundamental desmistificar a ideia de que o desporto é automaticamente um fator de mobilidade social. Sem políticas públicas eficazes e sem uma mudança no imaginário social que legitima a exclusão, o desporto continuará a ser um espaço de privilégios. Precisamos de um compromisso real para garantir que todas as camadas da sociedade tenham acesso igualitário às oportunidades desportivas. Concluiu o sociólogo, convidado para falar na Mesa de Abertura do mais importante Congresso de Desporto e Educação Física da CPLP, que este ano decorre em Campinas, Brasil.


*GCI - UPM*

UP-Maputo celebra 58° Aniversário Do Destacamento Feminino

Para marcar a passagem dos 58 anos da criação do Destacamento Feminino, braço armado feminino do movimento libertário de Moçambique, FRELIMO, fundado no longínquo ano de 1967, em Tanzânia, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) juntou-se ao Ministério dos Combatentes para trazer à memória as faças daquelas que foram as primeiras guerrilheiras a ombrear com os homens para expulsar do colono.
 
Num ambiente livresco, um dos instrumentos de combate, as combatentes deram seus testemunhos sobre o desenrolar da luta armada com a participação feminina, num ambiente que era dominado pelo machismo.
 
Foi um momento para recordar a história das causas das heroínas de guerra aliada ao processo de luta de libertação e edificação de um país independente livre do jugo colonial, e também exaltar jovens mulheres, que venceram o medo e estereótipos para enfrentar desafios maioritariamente seguidos por homens.
 
O Professor Jorge Ferrão, anfitrião do evento, na sua alocução enalteceu o papel que as mulheres tiveram desde 1967 em Nachingwea, Tanzânia, até à derrocada do colonialismo e proclamação da independência nacional, em 1975. “A criação do destacamento feminino foi um reconhecimento da valentia e heroicidade da mulher, que teve um papel decisivo na vitória perante o colonialismo e alcance da liberdade que fugia ao povo moçambicano há 500 anos”, disse.
 
Na mesma ocasião, Ferrão falou das três jovens da UP-Maputo que se tem destacado e engajadas na preservação do ambiente das espécies marinhas, Esperança Bila, Maurren Dimande e Laersa Cuamba, primeiras mergulhadoras científicas moçambicanas que navegam em profundidades, cuja história foi apresentada através de um documentário produzido pela jornalista do Grupo Soico, Julieta Zucula.
 
Por sua vez, a Ministra dos Combatentes, Nyeleti Mondlane, em sua abordagem sobre as “as meninas de 1967”, destacou a coragem e sabedoria daquelas primeiras mulheres que pegaram em armas para ver o país independente. “Elas desencadearam um movimento de apoio ao homem que estava na linha da frente. Foram submetidas treino em Nachingwea que incidia na consciencialização da mulher para participação activa na luta de libertação nacional, desafiando barreiras socioculturais profundamente enraizadas na sociedade, demonstraram que a determinação e o amor à pátria, transcendem qualquer limitação imposta pelo colonialismo”, indicou Mondlane.
Marina Pachinuapa que fez parte do primeiro grupo das veteranas descreveu os momentos vividos desde o seu ingresso nas fileiras da guerrilha até a vitória como desafiantes e de responsabilidade para cada uma delas.
 
Pachinuapa falou do processo preparatório da guerra, combater, trabalhar e produzir, numa situação em que a língua era um entrave, acrescido ao facto de serem mulheres vestidas de calças ao lado dos homens, algo que não era visto com bons olhos pela sociedade.
 
Por: José Manuel Luís e Daniel Bila

heraldica

  • REITORIA - Rua João Carlos Raposo Beirão nº 135 Maputo, Moçambique

  • (+258) 84 20 07 116

  • sgeralup@yahoo.com.br

  • DUNS: 558579373